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Tua beleza que passa
passante como quem passa
como quem passa e nem vê
a minha sombra na tua
ausência que te cultua
onde te vê e te quer.
Tua movente beleza
iluminando a tristeza
que a luz do parque ensombrece.
Por onde moves o dia
a luz do parque anuncia
tua lua luz que me aquece.
Tua beleza abstrata
passa e nem olha, distrata
o teu secreto cantor.
Ai, musa, que graça é ver-te
que dor no parque perder-te
como quem perde uma flor
ou só desejo, miragem.
Que mapa, estrada, viagem
tua passagem irradia?
Se a noite enfim se apagasse
e o céu do parque raiasse
ensolarando meu dia...
Fernando da Mota Lima.
Recife, outubro 2000.
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