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Clarice, quem foi que disse
Que a voz do amor era triste
Mais triste do que ninguém?
Há quem na vida, Clarice
Morra de dor e velhice
Só, sem amor de alguém.
A tua prosa, Clarice
Tece a tristeza mais triste
Tece alegria também.
Que outra mulher resiste
Agora que te partiste
No azul humano e além?
Se tantas foste, bem mais
Na tua mina és capaz
De outros Outros lavrar.
Sobre meu céu tua estrela
Brilha na noite mais bela
Clarice: deusa do mar.
Na noite longa, em Recife
Houve a menina Clarice
Vinda de mundos ausentes.
A vida reinventada
Nasce das formas do nada
Forjada no amor que sentes.
Adeus é a falta demente
De quem abole o presente
Depois de tudo perder.
Por isso não leio adeus
Nas linhas dos livros teus
Que são teus modos de ser.
Recife, 12 de abril de 2008.
Muito legal.
ResponderExcluirBacana. Muito bom: "a vida reiventada nasce das formas do nada". Feminino. Gostei!
ResponderExcluirBjoca.
Vivi.
Rose e Vi: muito grato pela leitura sempre generosa. Espero que vocês estejam aproveitando a páscoa e o feriado longo do melhor modo possível. Um deles seria reler Clarisse. Beijos,
ResponderExcluirFernando.
belíssima poesia!!!
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