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Como saber o que num homem dói
Se a dor é intransparente e não se explica
Se dói a dor do amor mais do que dói
A dor que enfim se vai e entanto fica.
Como saber o que num homem dói
Se a palavra me trai e vã suplica
E move o mesmo triste engenho e mói
A dor que entanto o tempo petrifica?
Ah, meu amor que a tudo em mim resiste
Que cego contra mim cresce e prospera
Que fere a altiva força entanto triste
Serena minha alma atormentada
Drenando sua sede incontentada
No nada que a faz resserenada.
Recife, 3 de julho de 1998.
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