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Sortilégios do tio que um dia partiu
Sem malas, mapa, um destino
Um rastro que a família
pudesse acaso seguir.
Tal como o tio
raspar com as armas da vida impura
Os elos de sangue, lei e lugar.
Ser na cidade sem rosto
Um outro por mim transfeito
Um nome sem sobrenome
Ou um outro que eu inventasse.
Nas veias deter o fluxo
Do sangue de que provenho.
Ousar com orgulho trair
A norma do clã, do grupo
E sobre a pele liberta
Gravar meu nome: indivíduo
Fernando da Mota Lima.
Buenos Aires, janeiro 1995.
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