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Morrerei na piscina, ele disse
Enquanto boiava solitário
Na água imóvel.
A piscina imersa no azul da tarde
Será o leito da sua morte.
Recusa-se a vegetar na UTI
Como Millôr, Rosinha, Niemeyer
Esses que viveram belas vidas.
Se a fortuna o escolher
Morrerá como Carlito
Passarinho serenamente adormecido
Transportado do sono da vida para o sono eterno.
Quando as forças minguarem
Por fim lhe faltarem
Quando a lucidez o desertar
E sentir que a vida autônoma gradual
E irreversivelmente lhe escorre das mãos
Saberá então que chegou a hora da piscina.
Recife, abril 2013.
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