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O mundo visto do alto
é um balão flutuante
estranha cartografia
de um anão deslumbrante.
O mundo visto do alto
tem tortuosos caminhos
cores tingindo a paisagem
retas nas nuvens moventes.
Tortas as linhas que apagam
a luz do sol tão intensa
que fechei minha janela
contra o calor que adormenta.
Dez quilômetros me separam
do solo que sempre habito
tanto os espaços separam
como turvam o infinito.
Voar é um modo de ver
que de ordinário pratico.
O avião vai pro alto
enquanto na terra fico.
Que belo voar na Azul
entre contrastes de cores.
Só não me faço azul
porque perdi meus amores.
No espaço entre Campinas e Belo Horizonte,
21 de abril de 2013.