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É chuva.
Chuva na telha, na quilha
o mundo se maravilha
ao ver-te, Flávia. Uma ilha
no oceano se fez.
E era outra vida, outro clima
lua raiou cristalina
meu céu no teu se refez.
É chuva e entanto teu pranto
no véu da noite se enxuga.
É Flávia.
Flávia e o meu ganho, meu dia.
Outra manhã se anuncia
contra o teu poço de treva.
E neva.
Neva se a vida te nega
teu te fazer, Flávia linda.
E ainda
piscam as luzes de Olinda
iluminando na noite
Flávia refeita das cinzas.
E já não fora mais Flávia
a identidade no nome
agora Flávia Cassandra
ou outro nome que exprima
a concordância da rima
com o teu modo mulher.
Flávia das trevas se eleva
Deusa Mulher renascida
seu corpo sopra onde quer.
Fernando da Mota Lima.
Recife, 16 de julho 1997
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