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Quantos poemas de fato
caem na boca do povo?
Quando a poesia é um ato
transpondo em código novo
a fala viva da vida?
Quantos poemas importam
para a vivência do povo?
Quantos potentes transportam
no sopro do verbo novo
a senha que muda a vida?
Por que se faz o poeta
em cada verso que escreve
se sua voz mais secreta
a nada e a ninguém serve?
O que ele muda na vida?
O que dá vida ao poema
e da raiz o desprende
se no seu turvo dilema
nada se lucra ou se vende?
O poeta silencia
e o enigma se refugia
no céu sem voz da poesia.
Recife, maio de 2013.
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