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Melancolia, me diz
O nome da cicatriz
Riscada no coração.
O amor não passa, não cura?
Por que tão dura e escura
É a crua punição?
Que dor castiga o amante
Que supondo ir adiante
Rasteja sempre pra trás?
Que jaz na insana memória
Que se repete uma história
Sem uma trégua de paz?
Alguma régua que meça
A dor em que o amor tropeça
Caindo sempre prá trás?
Por que caindo de dor
Constante ama o amor
Que até na dor se compraz?
Melancolia, me explica
De tanto amor o que fica
E a todo mal sobrevive.
Ou tão voraz é o veneno
Que o torna um sinal de menos
E o mata do mal que vive?
Porto de Galinhas, agosto 1987.
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