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Ela que era tão bela
Agora mira a janela:
Não aparece ninguém.
Janela da internet
Da casa ou kitnet:
Vagões vazios de um trem.
Ela que tanto reinou
Nas casas festas salões
Não viu que o tempo passou
Pulverizando ilusões.
Agora o espelho revela
A idade que borra e apaga
A chama da linda vela
Caída ao chão da sacada.
Tempo, sufocas Narciso
Com um travo cruel de riso.
Ela que era tão bela
Fecha em silêncio a janela
Que antes a iluminava.
E eu choro por mim e ela
Pois vi morrer a estrela
Que sobre a noite pairava.
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