sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Condicional


E se a gente chorasse
Chorasse como quem risse
Como quem lembra e esquece?

E se a gente partisse
Partisse como quem fica
Como um ateu reza a prece?

E se a gente amasse
Amasse como quem perde
E ganha? E então recomece

O incerto jogo da vida
Que até cansada e falida
Já quase desfalecida

Dá outra volta, outro giro
E morre com o suspiro
De quem da morte adormece?

E se a gente morresse
Morresse como quem vive
Como a manhã que anoitece?

E se enfim no meu nada
No fim dessa longa estrada
Deus tudo fosse e pudesse?

Recife, 02 julho 2014.

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