quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
A Velhice
Se o espírito ri, o corpo chora
Se o corpo deplora, o espírito canta.
A velhice os opõe a cada hora
Que a vida consome e o tempo espanta.
Se o tempo esgota a juventude
Que é volátil e cessa ao fim do dia
O espírito ágil ainda se ilude
Vertendo o peso e a noite em vã poesia.
A noite um dia afinal desceu
Cravando a dor no corpo combalido.
O espírito lutou e até bebeu
O pó que exalta o corpo envelhecido.
Que força opor ao que é fatalidade
Se a carne passa e o tempo é imperativo?
O velho chega ao cabo da idade
Sem mais em si saber se é morto ou vivo.
E entanto ainda luta contra o tempo
Contra tudo que mina sua sorte
Passando enquanto o eco e a voz do vento
Transportam na passagem sua morte.
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