terça-feira, 3 de novembro de 2015

Se nos oriente


Valéria, o que valeria
o metro desta poesia
que à luz da tarde improviso?
Como moldar, traduzir
esse desejo de ir
além do que já preciso?

Preciso dar luz e forma
à prosa que vai e torna
a enredar-te com Freyre.
Essa viagem tão linda
vai do Oriente a Olinda
do latifúndio ao alqueire.

É variante de ensaio
novena em noite de maio
essa confessa pulsão
que faz de Freyre e de ti
um sonho de ir e vir
doutro Brasil à paixão

que arde em teu coração
fundindo afeto e razão
o Outro e seu Ocidente.
Tudo mal feito e transcrito
o que aqui vai e dito
tão pouco é que desmente

o que intentei versejar
entre te ler, te amar
nas linhas da amizade
que há tanto nos concilia.
Mas onde a arte, a poesia
no sopro, na luz do dia
que nos irmana em saudade?

Recife, 2 de dezembro de 2011.

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