quarta-feira, 22 de maio de 2013

A cidade incivil III


A beleza imortal

A beleza que mais busco
é bem liberto do corpo
de solo grego ou etrusco
do frágil madeiro torto
matéria da humanidade.

A beleza a que aspiro
é uma cidade ideal
presente no céu que giro
em rotação imortal
além de mapa e cidade.

Por isso não se confunde
com o humano que a cria.
Embora o mortal afunde
ela se eleva em poesia
entre a noite e o dia

que vivem além do tempo.
Eis que eu passo, ela fica;
eu sou poeira, sou vento
ela o presente habita
sempre inspirando meu mito.

Recife, maio de 2013.

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