domingo, 25 de agosto de 2013

Tempo e memória


Ah, minha amada, os anos que passaram...
São tantos e no entanto não te esqueço.
No sopro da memória que deixaram
Em cada acorde de som teu tom eu teço.

No tempo sem repouso tudo passa
E entanto na memória ela perdura.
A linha que na areia a vida traça
O tempo apaga, mas retém a jura

Da duração inscrita na memória
Dos seres que amando o amor que dura
Convertem contingência em história.

Por isso, minha amada, não perdi
O amor que se na vida não perdura
É meu depois de tudo que esqueci.

Recife, 20 de janeiro de 2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário