sábado, 22 de junho de 2013

Meditação Budista


Se queres ser sábio
se almejas ser o que tão raros são
vence teu eu, teu odioso eu.
Se o mundo é impermanência
insensato é quem elege
como fundamento do sentido
o mundo votado ao transitório e à extinção.

Amar o outro, seja quem for
é conferir sentido ao que não tem sentido.
Se queres ser, nega teu desejo de ser
apaga teu odioso eu no horizonte do sentido.

Liberta-te de ti e do mundo
para que a vida se desenhe
isenta do teu eu e da impermanência de tudo
e afinal alcances o sentido da jornada:
ser é aniquilar o ser.

Recife, 12 de junho de 2013.
Nota: O propósito desta nota não é explicar o poema. Se ele tem algum valor, então se explica por si próprio. Escrevo esta nota movido por um propósito de honestidade autoral, digamos assim. Não sou budista e pouco conheço a doutrina budista. Ela me atrai por muitas razões, que não importa aqui expor, mas temo que o grão de sabedoria que nela busco esteja além da minha imperfeição. Portanto, tudo que tentei foi recriar poeticamente um preceito fundamental do budismo.

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