quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Baobá Daniel Lima


Se houvesse eternidade na natureza, o sinônimo perfeito da eternidade seria baobá. Dizem que um baobá pode viver mais de mil anos.

Quão pobre é nossa ciência
Da eternidade do tempo
Pois tudo passa e o que fica
É a permanência do vento.

Quando a floresta e Dáni
Ficarem muito velhinhos
As folhas do baobá
Hão de abrigá-los num ninho.

A valsa no bandolim
Povoará o deserto
E eu plantarei um jardim
No céu azul e aberto

A mata reflorirá
Sua paisagem frondosa
E o canto do sabiá
Será gravado na prosa

Da mais humana harmonia
Quando a idade de Dáni
Num sopro de poesia
For baobá, natureza.


E quem viver colherá
Na mata que ele plantou
A idade do baobá
O solo que fecundou.

E um mundo de outra grandeza
Sem que me traia ou engane
Semeará a beleza:
Obra brotada de Dáni.

E quando enfim a memória
No tempo se dispersar
Os frutos dessa história
Hão de viver no rebento
Do tronco do baobá.

Fernando da Mota Lima
Recife, 3 de novembro 2009.

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