terça-feira, 6 de dezembro de 2011
A culpa
Juntou a culpa do mundo
(incalculável montanha).
Atou o raso e o fundo
A chicotada que lanha
A carne dilacerada.
Depois subiu para o céu
E o mundo é tudo: meu nada.
Moeu a culpa do mundo
Numa moenda azeitada
Vertendo o caldo imundo
Sobre a infinita estrada.
Queimou a culpa do mundo
Numa fogueira tão alta
(bem mais que alta, infinita)
Que agora até sente falta
Da culpa que move a vida.
Recife, 24 de agosto de 2011.
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