quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Histórias sem data
Histórias Sem Data
Il faut être artiste
Jusqu´au bout des doigts
Pour sculpter des joies
Quand la chair est triste...
Jean Dréjac.
Fica depois de tudo uma história
De tudo fica o eco entanto infindo.
O amor vivido pulsa na memória
Ferindo a carne até quando dormindo.
Depois de tudo o amor se contradiz
Ao se supor um fim que é seu repouso
Pois transporta no cerne ou na raiz
A chama que o requeima ausente e novo.
O que julgara fim é recomeço.
Além do fim o amor vibra e ressoa
Durando enquanto ato e seu avesso:
Eis sua sina amarga quanto boa.
Assim se vão a vida e a memória
O avesso no seu outro entrelaçado.
O tempo borra o tempo da história
Fundindo no presente o seu passado.
Assim quando julgara adormecido
O amor cuja aparência se perdeu
Confundo o que vive no vivido
Sem mais saber quem sou, quem é meu eu.
Porto de Galinhas, junho 1998.
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