terça-feira, 1 de outubro de 2013

O adeus


Sweets for the sweet. Farewell!
Shakespeare, Hamlet.

Flores para a flor
Que dilacerou
A razão de ser.
Flores pra essa dor
Bem maior que a dor
De sobreviver.

Flores para o adeus
Que nos olhos seus
Mudamente fala.
E meu coração
Fecha-se na mão
Sofre e só se cala.

Sofre sem uma queixa
Deixa quem o deixa
Vão é o lamento.
O amor é chama.
Ah, mísera chama
Que se dobra ao vento.

Flores para a flor
Que não é mais flor
No meu coração.
É como a poesia
Que se esgota um dia
Sem explicação.

Flores para a flor
O amor passou
Como fugaz lenda.
Vã é a procura:
Esta senda escura
Não há quem entenda.

Porto de Galinhas, agosto 1987.

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