sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Dois Poemas (Anti)Natalinos
Nonel
Um dia serei Natal
Liberto desse comércio
Sem shopping cheque cartão
Guichê no aperto de mão
Lucro na pele do abraço.
Um dia serei estrela
Ser sem comércio, poeira
Dust stardust compasso.
Raio no azul da piscina
Lição que a vida não ensina
Em si completa: nonada.
Sonho de Natal
Quem te sonhou assim outro Natal
Outro modo de amor, outro endereço
Um bem além do bem, além do mal
A luz que é força cega e não mereço?
Quem ousará dizer o que não digo
E entanto insone fala pelo avesso
As coisas que ao dizer que te não digo
Bem sabe que o Natal é troca e preço?
Quem sonha dentro em mim, a sós comigo
Outro modo de festa, ou sopro amigo
Velando o sol e o sono no teu berço ?
Quem brinca de Natal (um sonho antigo)
Alheio a tanta dor, tanto perigo?
Os sinos silenciam e adormeço...
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