segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Bella e o mito de Ulisses



Ai, velas da caravela
Onde me querem levar?
Nos mares de Arabella
Um dia vou naufragar.

Beijo nos olhos, cabelo
Solto na brisa do mar
De Olinda até Cabedelo
Teu cheiro sopra no ar.

Tua beleza morena
Baila no vídeo, na tela
Tanto mimada e pequena
Tanto teu jeito de Bella.

No mastro da caravela
Meu corpo vou amarrar
O canto de amor de Bella
Nas ondas vem me afogar.

Dirão depois o que eu disse
Ou antes tentei falar:
Bella, a sereia de Ulisses
Bella, sereia do mar

Devora as noites de lua
Os barcos ermos do mar
Com dengues de deusa nua
Domando as forças do ar.

Ai de Ulisses, dos gregos
Conquistadores do mar
No encanto de Bella presos
Quem há de vê-los voltar?

Fernando da Mota Lima.
Recife, 20 de setembro de 2006

2 comentários:

  1. É o amor impossível!

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  2. Nando,

    Abri Literatura e Crítica Cultural a fim de me banhar nas águas do conhecimento e por fim acabo banhada por esse lindo poema de Bella e o Mito de Ulisses. Não por prazeres narcisicos, mais sim, profunda memória de magia e beleza, reler esse texto perdido nos já muitos dias que se passaram e do qual me lembro, ainda hoje, de quando o li, a primeira vez, numa noite na Faculdade e da felicidade de recebe-lo e copia-lo a mão.
    Confesso, que apesar dos anos, muito me comoveu relê-lo, talvez pelo sopro da beleza que o mensageiro poeta de Ulisses sempre significou e significará para mim. Reve-lo depois de tanto tempo é ter um presente do passado em meu presente.
    Seu Significado continuará em mim e bello continuará sendo a imagem desta poesia.

    De Bella A. N. Monteiro- CCS- Tarde de 21/10/2011 ás 16:22h.

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