segunda-feira, 26 de novembro de 2012
A voz do silêncio
O seu silêncio dizia
Coisas que nunca ouvi.
Os outros, inconscientes
Falam de tudo e de nada
Do mundo intransparente
Do nada que é sempre nada.
O seu silêncio dizia
O que ninguém jamais disse.
Era uma prece sem credo
Beleza insuspeitada.
Via no avesso do medo
A morte e outros abismos
Nas dobras do silêncio metafísico.
Se me apontava a estrela
Ouvindo o sopro do vento
Se me abria a janela
Fechada no esquecimento
A paz na noite descia
Ao sul da terceira margem.
O seu silêncio me fala
E sempre em mim falará
Pois quem suprime o sentido
Que paira eterno no ar?
Recife, 20 de novembro de 2012.
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Fernando,
ResponderExcluirObrigado. Que belo poema!!!
Abraços,