terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Retrato Ideal
Ser vário como foi Mário
E o homem renascentista.
Buscar o uno no vário
O plástico na voz do artista.
Ir de algum som a Drummond
Do fato a Wittgenstein
Em cada escala de tom
O voo de tudo que cai.
Na malha do transitório
Reter o que vai passando
Ir do mais alto ao inglório
Ser muitos sendo Fernando.
Fernando da Mota Lima
Quem muito ou pouco se estima
Não sabe a própria medida
Humana que nos conforma.
No conteúdo e na forma
É una e universal
Mescla de voo e norma
Do bem no avesso do mal.
Natura ambivalente
Razão no corpo que sente
Mistério exposto na cifra
O homem se pensa em vão
Pois não tem fim, solução
E nunca a si se decifra.
Fernando da Mota Lima
Recife, 29 de novembro de 2009
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Fernando,
ResponderExcluirPasso de passagem (eco do fato de que você é agora "contemporâneo do seu tempo") para registrar que voltarei, com mais tempo e mais calma. E escolhi para deixar esta breve nota justamente o poema acima, de sabor drummoniano, claro-enigmático. abraços -Brenno
Brenno:
ResponderExcluirVocê não imagina com que emoção constato que você é o primeiro leitor do meu blog. Mais que leitor, amigo cuja memória tenho sempre presente. Desde que aprendi a conhecê-lo e admirá-lo vislumbrei sempre nesse ser sempre em processo, em Brenno sempre Brennando, uma das realizações individuais mais próximas desse retrato ideal que infelizmente está bem longe de mim. Esta foi a razão pessoal decisiva para escolher este título para o poema.
Fernando.